É com muita satisfação e uma certa emoção que apresento a obra As Crônicas da Liberdade de Marta Azzolin. Realmente, participar da evolução de nossos ex-alunos, de suas vitórias, enche-nos de orgulho. Conheci Marta como acadêmica do Curso de Letras da Universidade Federal de Santa Maria. A partir de lá, foi sempre crescendo em conhecimento e, pela profissão, vivenciando o dia a dia de mulheres, na sua grande maioria, infelizes com seu próprio destino. E Marta conseguiu captar a essência desse cotidiano e transpor para o papel com muita propriedade e fluidez. Acredito que o exercício acadêmico e depois a convivência profissional alavancaram na Autora esse dom da narrativa.Gostei de ler os quatorze textos do livro As Crônicas da Liberdade que Marta nos presenteou. A leitura flui rapidamente. Comecei a ler e não deu vontade de parar, ao contrário de quando se tem leituras pesadas. Sim, o conteúdo das narrativas é pesado, muitas vezes revoltante, mas a forma de narrar cativa o leitor, pois se apresenta espontânea, com linguagem de fácil compreensão, como deve ser uma crônica.Como crônica, apresenta fatos do cotidiano, só que esses fatos são relacionados ao cotidiano de mulheres que sofreram ou sofrem algum tipo de violência. Como a Autora antecipa, são fatos baseados na experiência profissional da autora no atendimento às vitimas, relatados pelas próprias mulheres que, ainda abaladas, resolveram enfrentar a dor, a vergonha de narrar a terceiros as agressões físicas e/ou psicológicas das quais foram vítimas. Ao relatar esses fatos, ao nos apresentar o triste e humilhante mundo de muitas mulheres brasileiras, o objetivo da Autora é não somente denunciar, mas também alertar as mulheres para a existência de formas de elas se livrarem de seus agressores, de lutarem pela própria felicidade e, em muitos casos, pela felicidade de seus filhos longe do domínio machista e, muitas vezes, doentio do agressor. Como o título, As Crônicas da Liberdade, antecipa, liberdade é valor fundamental, principalmente para a vítima de violência, seja em casa, no trabalho, seja na rua. Que as crônicas de Marta sirvam para orientar e auxiliar mulheres a readquirirem o gosto pela vida. Importante pararmos um pouco e lermos As Crônicas da Liberdade de Marta Azzolin, mesmo não pertencendo a nenhum dos grupos citados, mas imprescindível tomarmos conhecimento desse mundo de violência contra a mulher, pelo simples fato de ser mulher.

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