“Mensagem do Professor a todos os alunos e leitores”

Auschwitz e tudo aquilo que representa de opressão, extermínio mas também de exemplos de resistência, nas suas mais diversas formas, constitui uma lição de vida para todos aqueles que de uma forma direta ou indireta lutam contra qualquer forma de opressão, xenofobia, racismo e totalitarismo, e desta forma pode e deve ser ensinado em todos os lugares. Pode e deve-se ensinar sobre o Holocausto em todos os lugares tal como os Genocídios podem e devem ser ensinados em todos os lugares. Desta forma, a educação neste Lugar e com este projeto tem um contributo pedagógico e didático que se pretende significativo e com significado para todos aqueles que se envolveram no mesmo, alunos, professores, Encarregados de Educação e comunidade educativa para que todos eles sejam agentes de liberdade.

Aquilo que é a nossa missão, a missão deste Lugar e deste projeto, que neste momento vai na sua 3º edição, iniciado nesta escola por mim com um grupo de alunos das minhas turmas do 12º ano, no ano letivo de 2018-2019 a saber Inês Simões, Pedro Boto, Murilo Matias, visa ensinar e educar as novas gerações sobre o passado mas com os olhos postos no presente e no futuro para a consciência e consciencialização dos perigos e desafios que qualquer sociedade e em particular a atual estão a afrontar, pois como eu costumo ensinar aos meus alunos“ a História é uma ciência viva” para ser entendida na sua plenitude.

Muitas vezes, a realização destes projetos pode parecer que estamos apenas discutindo história no âmbito do “programa”. Mas esse não é o caso. O real propósito deste projeto é partindo do estudo dos modelos políticos totalitários do passado recente (casos Italiano, Alemão e Português) e que constam dos referenciais das aprendizagens da matriz da disciplina de História A do 12º ano, induzir à reflexão relacionando com as situações da atualidade e mostrar que os “mecanismos perversos e imorais”, que tão agudamente nos afetam atualmente estão bem presentes e são cada vez mais ativos, evidenciando exemplos e formas de os combater, pela construção de consciências e de carácter. Pois é esse o papel e missão dos Professores.

Assim, penso que um projeto como este dará a oportunidade de entender melhor alguns momentos muito negros da História do século XX, nomeadamente a história de Auschwitz e do Holocausto e vinculá-la ao mecanismo que levou ao genocídio – que, infelizmente, está tão presente hoje.

Assim, este projeto visa a necessidade de renovarmos a urgência de dizermos Nunca Mais à barbárie e se reafirmar o respeito pelo outro que mais não é do que o respeito pelo ser humano. Dizer Nunca mais a sistemas políticos totalitários marcados pela necessidade de exterminar seres humanos inocentes.

Nunca mais às finalidades utilitárias dos campos de concentração, Nunca mais aos campos de extermínio, expoente máximo dos sistemas totalitários, que ao consumarem a experiência da dominação total, tentam despojar os seres humanos de valores, de direitos, numa só palavra, de dignidade. Nunca mais ao esquecimento do dever das sociedades se pautarem por formas de atuação que jamais ponham em causa a dignidade de todos os seres humanos, promovendo os valores da democracia, da tolerância e do respeito pelo outro que mais não é do que o respeito pelo ser humano.

Assumindo-se este projeto e este mural digital, com os trabalhos dos alunos, como um espaço de reflexibilidade transdisciplinar, saliento que as aprendizagens que pautaram o mesmo foram:

- Realçar a necessidade de combater a xenofobia e o racismo, e todas as formas de exclusão e de segregação;

- Afirmar a educação para os valores e para a paz;

- Contribuir para a formação na e para a interculturalidade;

- Promover o desenvolvimento do sentido ético e crítico;

- Contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes e interventivos;

- Contribuir para uma escola e sociedades mais interculturais e mais inclusivas, onde a diversidade seja reconhecida, valorizada e celebrada.

-Fornecer conhecimentos sobre os mecanismos do totalitarismo no século XX, nomeadamente com o nazismo e o Holocausto, o Fascismo Italiano e o Estado Novo Português destacando o papel dos campos de concentração e extermínio nazi alemão onde se destaca Auschwitz.

- Sensibilizar os alunos para o sofrimento e os danos humanos, que decorrem da indiferença a atitudes extremas (como antissemitismo, racismo, perseguição e guerra).

-Apresentar e divulgar métodos modernos de trabalho.

Em suma, a educação extensiva precisa de tempo e esses estudos darão com certeza aos nossos alunos o tempo certo para compreender melhor essa história para que a mesma se torne um elemento crucial para combater os mecanismos que agridem a Liberdade.

Professor Guilherme Cortesão Portela

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